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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

No tempo que fumar fazia bem à saúde - Até Papai Noel Fumava

Segundo a Organização Pan-americana de Saúde, atualmente, a mortalidade anual atribuída ao tabagismo no Brasil é de 200 mil, o que significa 23 mortes a cada hora

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, na atualidade, há em torno de 1 bilhão e 260 milhões de fumantes, e cerca de 2 bilhões de fumantes passivos, dos quais 700 milhões são crianças. Isto mostra que metade da população terrestre está exposta, direta ou indiretamente, aos efeitos nocivos da nicotina e demais substâncias tóxicas do tabaco.

Houve um tempo que as propagandas de cigarros não eram tão controladas por nenhum governo, como acontece hoje. Nos anos entre 1927 e 1954, as revistas Life e Saturday Evening Post nos Estados Unidos, venderam ao público a falsa idéia que fumar era seguro. Anúncios criativos e coloridos produzidos pelas companhias de cigarros da época, eram regularmente exibidos nestes veículos de mídia, e agora estão em exposição na Biblioteca Pública de New York retratando a “época de ouro” da indústria do tabaco.

“Como seu dentista, eu recomendo Viceroys”
Enquanto as causas de câncer bucal eram lentamente associadas ao fumo, o cigarro Viceroys exibia dentistas defendendo a marca. De acordo com estatísticas da empresa, mais de 38 mil dentistas aprovavam Viceroys.


Naquela época, as propagandas alastravam-se pelo mundo em busca de consumidores variados. Emagrecer com saúde fumando, ou tornando-se um verdadeiro desportista com o tabaco, era um dos apelos.

“Encare os fatos! Quando a tentação da comida for demais, acenda um Lucky”
O cigarro Lucky Strike criou uma série de propagandas com esportistas saudáveis. Corredores, tenistas e nadadores vendiam o estilo de vida da marca, que fazia questão de alertar em letras miúdas que seus cigarros não reduziam a gordura.



“Proteja-se contra a garganta arranhada. Curta o fumar suave”
A indústria tabagista não hesitou em usar Papai Noel como garoto propaganda de cigarro, cigarrilhas e charutos. O bom velhinho apareceu em inúmeras peças publicitárias da marca Pall Mall nos anos 1950, exalando tanta fumaça quanto uma chaminé. Mas, ao contrário dos atletas saudáveis de Lucky Strike, Noel continuou gordinho

As propagandas estampavam dentistas sugerindo o uso de determinado cigarro para “proteger” os dentes, ou pasmem; bebês anunciando que o Marlboro das mamães era o melhor cigarro que o dinheirinho delas poderiam comprar. A exposição ainda recorre a celebridades que emprestaram rosto e pulmões à indústria tabagista. O ator Ronald Reagan, o esportista Joe DiMaggio.

“Puxa, mamãe, você realmente gosta dos seus Marlboros”
O uso de crianças na propaganda atingia principalmente o público feminino, e fazia parte dos esforços da indústria tabagista para ampliar a base de consumidores. Segundo a peça publicitária, o milagre dos cigarros Marlboro era não “empapuçar” seus usuários.

“20.679 médicos dizem que Lucky Strike irrita menos a garganta”
O cigarro Lucky Strike se dizia capaz de proteger a garganta, e também buscou o apoio de pesquisas médicas. De acordo com a publicidade da marca, datada de 1930, mais de 20 mil médicos aprovavam Lucky Strike como sendo “o menos irritante” do mercado.

As propagandas também poderiam ilustrar uma recente e polêmica descoberta de pesquisadores da Universidade da Califórnia e da Universidade Stanford. Em setembro, eles revelaram documentos secretos que mostram o verdadeiro tamanho dos interesses da indústria tabagista. Artistas como John Wayne, Henry Fonda e Bette Davis receberam milhares de dólares para promover marcas de cigarro durante a era dourada do cinema americano, nas décadas de 30 e 40.

Só a empresa American Tobacco pagou o equivalente atual a US$ 3,2 milhões para ver a marca Lucky Strike nas telas de Hollywood. Entre os artistas mais bem pagos estavam Clark Gable, Gary Cooper e Joan Crawford. Cada um recebeu US$ 10 mil, o equivalente a US$ 100 mil atuais. A indústria tabagista não imaginava que acender um cigarro e sorrir como Clark Gable custaria um preço ainda maior à saúde das gerações que compraram a propaganda de Hollywood. Se o médico que defendeu as maravilhas de Camel não fosse apenas um figurante de publicidade, nenhuma tosse disfarçaria o constrangimento.

Mais médicos fumam Camel do que qualquer outro cigarro”
A marca Camel distribuiu maços de cigarro na entrada de convenções médicas no ano de 1946. Ao final do evento, um grupo de pesquisadores perguntava qual marca de cigarro os médicos levavam no bolso. A resposta não podia ser outra: eram os mesmos maços recebidos antes. A “estatística” virou anúncio.


“Mais cientistas e educadores fumam Kent com o novo filtro Micronite do que qualquer outro cigarro”
O filtro do cigarro surgiu como um diferencial que impulsionou as vendas de marcas como Kent e Viceroys. No entanto, o filtro propagandeado pela Kent como solução protetora continha amianto, uma fibra mineral altamente cancerígena quando aspirada. Apenas 2% dos cigarros continham filtro na década de 50. Com o sucesso da suposta proteção, os cigarros com filtro passaram a ter 50% do mercado.

Felizmente no Brasil, a propaganda de cigarros está proibida, mas; podemos ver como os anos de trabalho da indústria tabagista no imaginário popular, produziu centenas de milhares de fumantes. No passado, as propagandas fizeram muito sucesso aqui também, criando a mesma aura de prazer e glamour associado ao seu consumo.


Isso me leva a pensar nasconsequências de toda essa mentira. Uma falsidade mantida por anos e anos, que viciou milhões de pessoas, e até hoje ainda estimula milhares de jovens a ingressarem no vício. Para a criança ou o adolescente, começar a fumar representa o ingresso no mundo adulto, ou a aceitação em um grupo; como foi no passado para nossos pais e avós.

Depois de todos esses anos, a indústria tabagista consegue ainda manter este poder e influência. Impressionante é que todos sabemos disso, mas muitos ainda continuam fumando, enquanto outros estão simplesmente começando. É como se dissessem: “Tudo bem, me enganaram por anos, mas não me importo, continuarei com meus olhos fechados e nada farei.” E para continuar a farsa, começam acreditar em Papai Noel também, fumando como uma chaminé… ;)


Fonte: Revista Época - por Andres Vera - em 10/10/2008 -

veja mais no site http://www.euvouparardefumar.com

Um comentário:

Glaucia Carvalho disse...

Agradeço a citação do post do meu blog. Espero que contribua de alguma maneira para que as pessoas deixem de fumar. Um abraço,
Glaucia Carvalho
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